Por
Marilia Pontes
E confirma que apoiar o consumo consciente é uma decisão de negócio que vale o investimento
E confirma que apoiar o consumo consciente é uma decisão de negócio que vale o investimento
Fotos: Marília Pontes
No dia 13 de abril, o bistrô Chez Oscar (São
Paulo/SP) foi o local escolhido pela VERT, conhecida internacionalmente como
Veja, para o lançamento de dois modelos de tênis veganos: o WATA e oSDU. Animados por um brunch 100%
vegano, os 30 convidados puderam conhecer os novos produtos, além de trocar
experiências com os responsáveis pela marca sobre as perspectivas desse
universo cruelty free (sem crueldade).
Fotos:
Marilia Pontes
O
Moda Empreendedora teve o prazer de conferir o evento (veja as fotos no nosso instagram!) e agora compartilha como foi participar dessa iniciativa da VERT rumo
a uma Moda efetivamente mais verde.
VERT
/ VEJA
Criada
em 2005 pelos amigos franceses François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp, a
VERT / Veja é uma marca de acessórios masculinos e femininos, que está presente
em mais de 300 pontos de venda no mundo.
O design dos produtos e parte da logística de
distribuição mundial ficam na França, mas a montagem do tênis no
Rio Grande do Sul e as matérias-primas são, em sua maioria quase absoluta,
brasileiros. Aqui, a demanda pelos tênis da VERT / Veja é mais recente e
eles começaram a ser comercializados em 2013.
Uma curiosidade sobre a
marca é que o nome Veja (proposto com o significado literal do Português) é
adotado mundialmente, exceto no Brasil. Por razões ligadas ao registro da
propriedade industrial neste país, mudou-se o nome para VERT (que significa
“verde” em Francês). Atualmente, no Brasil, ela só comercializa tênis, mas
alcança o segmentos de bolsas e carteiras internacionalmente.
Desde
seu início, a preocupação da marca foi impactar positivamente os
processos envolvidos com o projeto, fabricação, venda e circulação de seus
produtos, ao reduzir ao máximo os efeitos negativos disso no meio ambiente e nos
seres humanos – sejam eles consumidores e/ou colaboradores da VERT / Veja. Para
tanto, o crescimento do negócio foi sempre pensado em bases sólidas e
controladas para minimizar práticas e resultados adversos, bem como para
reforçar sua identidade perante o seu público.
Um
valor relevante para a VERT / Veja é a transparência. Por conta disso,
ela adota práticas empresariais que agregam valor ao produto final,
quais sejam:
- zero propaganda: as vendas concluídas
pela VERT / Veja começaram graças ao bom e velho “boca-a-boca”. Mesmo. A
marca leva essa postura a sério e, apesar de estar nas redes sociais, acredita
que nada melhor que ter o próprio consumidor como agente promotor de seus tênis.
Com isso, o dinheiro que seria gasto em propaganda – e que costuma
comprometer o custo do produto na maioria das marcas – é reinvestido nos
fornecedores e colaboradores, em pesquisa e na produção para manter o nível de
satisfação de todos os impactados pelo negócio.
- Zero estoque: a VERT / Veja adota o sistema de demanda puxada
e só produz aquilo que tiver sido encomendado com antecedência de seis meses. Isso
reduz custos e é a prática mais sustentável, principalmente considerando as matérias-primas
orgânicas de que depende sua produção.
- Projeto para zerar a emissão de CO2 e reduzir o uso de fonte
de energia poluente: a VERT / Veja organiza sua atividade empresarial de
forma a aproveitar os recursos naturais em seu favor, sem esgotá-los ou
prejudicá-los. Portanto, adotou os transportes fluvial e aéreo (América e Ásia)
em sua logística de distribuição; usa materiais recicláveis nas embalagens; já utilizou
e prospecta explorar mais o tingimento natural em seus produtos.
- Comércio justo e sob certificação: o algodão orgânico do Ceará e
a borracha amazônica do Acre são cultivados / extraídos com base em técnicas
agroecológicas. Isso é monitorado de perto por profissionais da VERT / Veja,
inclusive quanto ao desmatamento da floresta Amazônica, e os agricultores (com certificação
Fairtrade monitorado pelo Instituto Biodinâmico para Desenvolvimento Rural –
IBD) e seringueiros, organizados em cooperativas, são devidamente remunerados
para manterem esses padrões. A marca também usa fibras de algodão recicladas
de sobras de indústrias têxteis, às quais são adicionadas o material
sintético PET – igualmente reciclado de três garrafas plásticas para cada
par de tênis – para reforçar a estrutura do tecido final. Em todos os casos e
fases do empreendimento, a marca fiscaliza o cumprimento das leis
trabalhistas e previdenciárias.
- Logística: os highlights
dos processos de produção e distribuição são abertos para consulta pública
no site internacional da marca (http://project.veja-store.com/en/carte-du-projet/ ).
Dados
cartográficos de logística. Fonte: site internacional da Veja.
- Limitações
do negócio: faz
parte da transparência reconhecer as limitações de se adotar uma estratégia
sustentável hoje e, paralelamente, investir em pesquisas e no conhecimento
técnico-comercial para poder superá-las, segundo um dos donos da marca,
François Morillion. Nem todos os componentes dos tênis da VERT / Veja são
orgânicos; ela ainda utiliza couro e materiais advindos do petróleo em seus
produtos; não há uma logística verde ativa para os tênis e o “ciclo de vida”
deles precisa ser aumentado, face ao uso a que se destinam.
TÊNIS
VERT / VEJA
Os
cabedais (parte superior) dos tênis da VERT / Veja são feitos com matéria-prima
orgânica, reciclada ou com menor impacto ambiental possível – no caso do couro.
Já as solas e palmilhas são feitas com borracha nativa da floresta Amazônica e,
no caso do modelo SDU, ela é misturada ao EVA, através da tecnologia LRT (Liquid Rubber Technology), desenvolvida pelo Professor
Floriano Pastore da Universidade de Brasília.
No
Brasil, eles variam entre 10 modelos, disponíveis nos tamanhos 34 ao 44 e com preços
que, hoje, vão de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 470,00 (quatrocentos e setenta
reais).
Os
tênis são vendidos no e-commerce da
marca e em lojas físicas de revendedores. O Chez Oscar - onde ocorreu o
lançamento dos últimos modelos -, além de bistrô, é parceiro de criação da VERT
e host do showroom da basico.com. Lá, se pode provar os tênis da Vert e
comprá-los pelo site dessa multimarcas online.
A
linha vegana da VERT / Veja, que já era integrada pelo modelo Tauá (em
referência à cidade produtora de algodão orgânico), ganhou mais dois
representantes com design diferenciado. Os modelos WATA e SDU começaram a ser
vendidos em 1º de abril e surgiram de uma forte demanda dos consumidores da
marca.
WATA
O
modelo WATA (se pronuncia vatá)
significa algodão em japonês e foi uma homenagem à cultura do diretor de
operações da VERT / Veja no Brasil.
Unissex, sua proposta é mais
casual e ele está disponível em quatro combinações: marsala com V em
branco, branco, branco com V em preto, e preto com V em branco. Seu valor de
venda está em R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) e seus componentes são: cabedal
em lona de algodão orgânico; forro em algodão reciclado; lotogipo "V"
e sola em borracha amazônica; e palmilha em algodão reciclado e borracha
expandida.
Foto:
Marilia Pontes
SDU
Se
Paris encanta pela Moda, o Rio de Janeiro o faz pelas suas belezas naturais. O
tênis SDU reúne o melhor desses dois cartões postais e foi batizado com o
código da IATA (Associação de Transporte Aéreo Internacional) para o aeroporto Santos
Dumont, que fica no centro da cidade do Rio de Janeiro, na beira da Baía de Guanabara e
rodeado pelas montanhas, incluindo o Morro do Corcovado.
Disponível
nas versões: preto
com cinza grafite, branco com marsala, e azul marinho com cinza grafite, ele
está sendo vendido no valor de R$ 330,00 (trezentos e trinta reais). Seus
componentes são: cabedal e forro em B-MESH (malha inteligente feita de fibras
de poliéster de com garrafas PET recicladas) e detalhes curvos inspirados na
serra carioca feitos em Nobuck Plus (produto alemão importado por uma empresa
de São Paulo, constituído de trama de microfibra de poliamida com aspecto de camurça);
lotogipo "V" feito em borracha amazônica; solas em LRT e palmilha em
algodão reciclado e borracha expandida.
Foi um prazer para nós do Moda empreendedora receber o convite para conhecer uma empresa que tem uma postura tão empreendedora em relação ao seu negócio.
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